O Memorial Casa de Afonso Pena
O nosso acervo começou a se constituir com o nascimento da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais em 1892. O que significa que o nosso acervo é uma das bibliotecas jurídicas mais antigas do país, pois a nossa Faculdade faz parte da segunda leva de faculdades de Direito do Brasil: as primeiras, de Olinda e São Paulo, datam da década de 1820.
Nós temos, então, um rico acervo de cerca de 35 mil livros editados entre os séculos XVII e XX, vários deles raros (ou seja, com dedicatórias e assinaturas), isso sem contar os manuscritos (igualmente raros, por serem únicos), como o manuscrito do livro Comentários à Constituição de 1891, de Carlos Maximiliano, um dos mais importantes da primeira metade do século XX no Brasil. A formação desse acervo bibliográfico começou com doações dos primeiros professores da Faculdade, e, em 1967, foi enriquecido por uma grande doação feita pelo jornalista e embaixador Assis Chateaubriand.
Além dos livros, nós temos também outros objetos, como quadros de formandos, fotografias e pinturas.
Em 2019 a família do professor Lydio Machado Bandeira de Mello, que dá nome à biblioteca, doou um rico acervo, que se encontra em processo de inventário, composto de cartas, manuscritos e fotografias.
Graças a uma parceria com o LABDOC da Universidade Federal de São João del Rei, faz parte do Memorial um enorme acervo digital de processos judiciais, sobretudo do século XIX e início do século XX, da antiga comarca do Rio das Mortes.
Até 2015, o Memorial permaneceu praticamente inativo, com o acesso ao seu acervo restrito por questões de segurança. Naquele ano, a equipe da biblioteca realizou um diagnóstico do acervo bibliográfico, com assessoria da Diretoria da Biblioteca Universitária da UFMG.
Desde então, iniciou-se um processo de reorganização do espaço e do acervo, com higienização dos livros, implementação de tratamento técnico das obras e recomposição de uma equipe interdisciplinar para atuar no Memorial. Esses trabalhos foram coordenados pela bibliotecária Andréa de Paula Brandão Martins, coordenadora da Biblioteca da Faculdade de Direito, com assessoria do então Diretor da Biblioteca Universitária da UFMG, bibliotecário Wellington Marçal, e da então Diretora da Coordenadoria da Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Universitária da UFMG, bibliotecária Diná Marques Pereira Araújo.
Em 2021, sob a coordenação acadêmica do professor Ricardo Sontag, o Memorial foi credenciado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG como Infraestrutura Institucional de Apoio à Pesquisa. Por isso, o papel do Memorial não se resume à preservação da memória. A nossa missão é fomentar o acesso a fragmentos de memória (feita de livros, fotografias etc.), de modo que essa memória também possa ser escrutinada pela pesquisa acadêmica sobre história do ensino jurídico, da ciência jurídica e de campos correlatos (história política, história social etc.).